quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A Fisioterapia Dermato-Funcional está em destaque na Sinapse até ao dia 15 de Fevereiro com uma campanha promocional. Consulte o nosso panfleto e fique por dentro dos benefícios que esta especialidade pode trazer para a sua saúde!!!

Para informações mais detalhadas entre em contacto connosco, ou então, diretamente com a nossa fisioterapeuta Raquel Mouta, cujo contacto segue no panfleto.

CUIDE DE SI!!!



Durante o mês de Fevereiro encontra-se a decorrer nas instalações da Sinapse dos Carvalhos e da Sinapse do Porto dois tipos de Rastreios direcionados para a população mais velha.
Rastreio Cognitivo e de Demência
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Os Rastreios são Gratuitos mas sujeitos a agendamento prévio através dos nosso contactos:
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Dificuldades de Aprendizagem e Disgrafia 


Os desafios da escrita manual podem interferir de forma significativa com o sucesso educativo do aluno. Apresentam-se através de uma grande variedade de sinais e sintomas que na sua maior são causados por fontes ocultas. Muito frequentemente, os próprios sinais que alertam para uma bandeira vermelha, ou seja, referenciando um aluno está com problemas de caligrafia são incorretamente identificados e assinalados como preguiça, falta de motivação, e problemas comportamentais. Como consequência, os desafios da escrita têm sido ignorados e esquecidos como uma dificuldade de aprendizagem válida.

Nesta sequência questionamo-nos: quando é que a escrita/caligrafia receberá um tratamento justo?

Uma pobre caligrafia recebe atenção quando associada a uma disgrafia, uma vez que é um sintoma desta dificuldade de aprendizagem específica. A disgrafia é um distúrbio do processamento que afeta a capacidade da pessoa "para escrever corretamente” independentemente da capacidade para a leitura ou deficiência intelectual. Um dos sintomas da disgrafia pode ser uma caligrafia pobre. Para fins de clareza, é importante reconhecer a diferença entre escrita manual e competências de escrita.

A caligrafia é definida como "a atividade de escrita à mão." Em contraste, escrever é definido como a atividade de "marcação de palavras coerentes, em papel, compondo um texto." A Disgrafia interfere com esses processos, em parte devido as dificuldades de processamento visual-espaciais e de linguagem. As dificuldades visuais-espaciais são problemas em processar o que o olho “vê", enquanto as dificuldades de processamento de linguagem são problemas em processar o sentido de que o ouvido “ouve." É importante aqui salientar que os alunos que demonstram sintomas de disgrafia provavelmente sofrem de dificuldades na escrita, no entanto, a presença de dificuldades de escrita manual não significa necessariamente que há a presença de disgrafia.

A caligrafia e a escrita são processos de desenvolvimento que são aprendidas em conjunto, ou seja, as crianças aprendem as competências motoras necessárias para a caligrafia, ao mesmo tempo que aprendem as competências de pensamento necessárias para comunicar em papel (escrita). Assim, as dificuldades nas competências de escrita podem afetar o escrever propriamente dito sendo este mais lento e trabalhoso, e as dificuldades visuo-motoras interferem com a composição. Contudo estes sintomas não conduzem necessariamente a um diagnóstico de disgrafia. Geralmente, levam a que exista um acréscimo sobre a prática da escrita, aumentando a frustração do professor e do aluno, e um nível reduzido de sucesso educativo. Está na altura de efetivamente reconhecer os desafios de escrita como uma dificuldade de aprendizagem. Neste sentido revela-se fundamental responder a algumas questões que necessitam de esclarecimento.

Quais são as diferenças entre uma boa ou má caligrafia? 

A Caligrafia é a arte de escrever com a mão. A fim de identificar com precisão a presença de dificuldades de caligrafia, devemos estar cientes de quais são as características de uma caligrafia eficiente e de uma caligrafia pobre. Uma boa/eficiente caligrafia é identificada pela letra legível que é produzida de uma forma atempada. O objetivo de uma boa caligrafia é permitir a quem escreve criar e produzir material de escrita de modo a desenvolver uma linha de comunicação eficaz entre ele e o leitor. Para que a comunicação obtenha o resultado desejado, esta deve ser coerente e concluída com velocidade suficiente. Uma boa caligrafia pode ser apresentada sob a forma manuscrita, letra cursiva, ou uma variedade de estilos de escritas alternativas.

Quais são os sinais evidentes de caligrafia ineficiente?

A aparência externa de uma má caligrafia é algo óbvio tanto para o aluno como para o professor. Este começa por assinalar que o trabalho do aluno é confuso, difícil de ler, e incompleto. Se um programa de escrita manual é apresentado de uma forma estruturada e orientada, o aluno será alertado para os seus erros durante os treinos e respetiva correção. Os sinais de que existe uma dificuldade de aprendizagem, vêm à tona quando o professor e o próprio aluno reconhecem que a atenção extra e a prática adicional não produziu uma diferença significativa na qualidade da caligrafia.
Normalmente os hábitos de escrita do aluno exibem consistentemente o seguinte:
Formação da letra pobre – letras demasiado abertas ou reversões; variação do tamanho das letras;
• Espaçamento inadequado - pouco ou muito espaço entre as letras e / ou palavras;
Alinhamento espacial inadequado - letras colocadas muito acima ou muito abaixo das linhas;
Velocidade lenta e trabalhosa – resultando num trabalho incompleto ou que necessita de tempo extra;
Não conseguem acompanhar a cópia de frases/texto do quadro ou de um livro, omitindo palavras e / ou dando erros ortográficos;
 •Má postura – normalmente colocam a cabeça sobre o braço ou sobre a mesa; curvam-se em demasia.

Estes sinais devem constituir um alerta para professores e pais de que as dificuldades do aluno se encontram abaixo da média e de que requerem instrução adicional bem como estratégias de reparação e, muito certamente, uma avaliação por parte de um terapeuta ocupacional. 

Quais são as causas subjacentes da caligrafia ineficiente?

Como foi discutido anteriormente, uma escrita eficaz é uma capacidade em desenvolvimento. É uma habilidade tão importante que começa logo no nascimento e continua a desenvolver-se ao longo dos primeiros anos da criança até à pré-escola. Esses são os anos para alcançar, agarrar, rabiscar e manipular. As competências essenciais para o desenvolvimento da caligrafia são consideradas "brincadeiras de criança" e devem de ser incentivadas precocemente. Às vezes as habilidades de caligrafia ineficientes são o produto de "muito pouco jogo e muita instrução", durante esses primeiros anos. Regra geral a introdução do texto manuscrito só se inicia quando as competências de motricidade fina, de coordenação oculo-manual e cognitivas estão aptas, se neste período de tempo forem desenvolvidos maus hábitos, estes podem resultar em dificuldades de caligrafia no jardim-de-infância e que continuam aquando da entrada para a escola.
Essas dificuldades podem apresentar-se como:
Padrão ineficiente no agarrar do lápis - resultando em uma manipulação imatura ou desviante;
Fadiga na mão e/ou nos dedos - causando dor ou resultando num agarrar solto ou muito apertado; • Formação inapropriada de letras - muito provavelmente as letras são iniciadas a partir de baixo ou apresentam reversões, resultantes de uma pobre instrução;
Insuficiente reconhecimento automático da letra – causando um trabalho de escrita lento, e trabalhoso.

Para além das causas acima identificadas existem outra causas que estão subjacentes a uma caligrafia ineficiente, podem ser o resultado de pouco desenvolvimento nos seguintes aspetos:
Consciência corporal - vital para os conceitos de direção, tais como: em cima / em baixo, esquerda / direita;
Cruzamento de linha média: competência necessária para o desenvolvimento de dominância manual, e também para as habilidades de leitura e digitalização da escrita;
Planeamento motor: importante para planear e realizar movimentos automáticos do ombro, mão e dedos;
Competências visuais: necessárias para a atenção visual, discriminação de detalhes, linhas e posicionamento espacial, e memória visual;
Competências motoras globais: necessárias para uma postura eficiente, alinhamento visual apropriado, e movimentos de braço e a mão fluidos;
Competências motoras finas: necessárias para o controle e agarrar do lápis eficiente;
Competências Cognitivas: em especial a memória visual, necessária para a produção automática de letras, palavras e frases a fim de facilitar a criação de pensamento para a escrita.

Em suma, a caligrafia é uma competência complexa, edificada sobre várias competências subjacentes. Ao ignorar-se estas dificuldades os resultados esperados resultam em frustração, aprendizagem diminuída, e baixa autoestima.

Não deixe de procurar a ajuda qualificada em tempo devido, procure a avaliação de um terapeuta ocupacional!
Texto Traduzido e Adaptado por Patrícia Cruz 
Fonte bibliográfica: Learning difficulties! by Katherine J. Collmer, M.Ed., OTR/L